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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sobre durezas.

"das imensas coisas enormemente difíceis

é difícil dar adeus
não adeusinho
não até loguinho
não despedir-se dignamente
digo dar adeus como decepar a mão direita, porque está podre e em breve vai feder e gangrenar
dar adeus àquilo que vai permanecer embora decepado
mas que não pode continuar"

e.f

Via Eugênia Fraietta

quarta-feira, 11 de março de 2015

Remorso

Remorso


Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que esperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

(Olavo Bilac)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

given up...

" Every night I empty my heart
but by morning it's full again
slowly droplets of you seep in
throught the nights soft cares

at down I overflow with thoughts
of us, an aching pleasure that
gives me no respite

love cannot be contained
the neat packaging of desire
splits asender, spelling carmezin throught my days,
long languishing

days that are now brused
tender with yanning
spent searching for a fingerprint
a scent, a breath you left behind... "

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pedaço de mim


Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim 
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Chico Buarque

Porque a saudade me
seca a cada dia...



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Canção - Cecília Meireles

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

sexta-feira, 30 de março de 2012

A lista dos meus sonhos...


Faça uma Lista dos sonhos que tinha...

Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais

Faça uma lista dos sonhos que tinha

Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora

Hoje é do jeito que achou que seria?

Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?

Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você


Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver

Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber

Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você.

                                 A lista - Oswaldo Montenegro


sábado, 24 de setembro de 2011

Post que mereceu um post (8) [sic]


Post do meu querido amigo e visitante constante

João Menéres do Blog Grifo Planante.
Espaço super criativo, design inovador.
João é um excelente fotógrafo, escritor e blogueiro!
(p.s.: lembrando que o português dele é Lusitano.)

Abraços da Extraterrestre, amigo!!


"

HÁ ANOS QUE PENSO ASSIM !



© Pablo Lobato 
( Ilustrador argentino )

Como Woody Allen, acho que era muito bom se assim fosse.
Só não tinha ainda imaginado como despareceria mesmo...


"Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.
Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. 
Aí torno-me um bébé inocente até nascer. 
Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa,
e depois - "Voilà!" - desapareço num orgasmo."

                                                                                    "

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Senhas

Eu não gosto do bom gosto
Eu não gosto de bom senso
Eu não gosto dos bons modos
Não gosto

Eu aguento até rigores
Eu não tenho pena dos traídos
Eu hospedo infratores e banidos
Eu respeito conveniências
Eu não ligo pra conchavos
Eu suporto aparências
Eu não gosto de maus tratos

Eu aguento até os modernos
E seus segundos cadernos
Eu aguento até os caretas
E suas verdades perfeitas

Eu aguento até os estetas
Eu não julgo competência
Eu não ligo pra etiqueta
Eu aplaudo rebeldias
Eu respeito tiranias
E compreendo piedades
Eu não condeno mentiras
Eu não condeno vaidades

Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem



                         Adriana Calcanhotto

domingo, 28 de agosto de 2011

Brand New Day


" I'm throwing rocks at your window
You're tying the bed sheets together
They say we are dreaming too big
I say this town's too small
Dream
Send me a sign
Turn back the clock
Give me some time
I need to break out
And make a new name
Let's open our eyes
To the brand new day
It's a brand new day

 I'm throwing rocks at your window
We're leaving this place together
They say that we're flying too high 
Well, get used to looking up
 Turn back the clock
Give me some time
I need to break out
                  And make a new name
                    Let's open our eyes
                   To the brand new day "


Excerto da música: Brand New Day - Ryan Star

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Psicologia de um Vencido – Augusto dos Anjos


Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

domingo, 7 de agosto de 2011

Post que mereceu um post (7) [sic]

Eu estava parada no meio do nada. Uma forte luz ofuscava a minha visão. Eu não conseguia abrir os olhos. Tentei caminhar, mas meu corpo não obedecia aos comandos do meu cérebro. Eu estava paralisada. Tentei respirar fundo, mas senti uma dor enorme no peito. A forte luz ainda me incomodava, estava lentamente me acostumando com a claridade. Tapei os olhos com as mãos e tentei abri-los novamente. Eles arderam como fogo. Quando finalmente consegui abri-los, percebi que tinha uma pessoa deitada no chão a alguns metros de mim. Tentei perguntar quem era, mas nem eu mesma pude ouvir minha voz. Respirei fundo e percebi que a dor no meu peito havia desaparecido. Forcei meus pulmões e minha garganta e consegui falar com uma voz baixa e rouca:

- Quem está aí?

Não houve resposta alguma. Tentei caminhar e meu corpo respondeu lentamente. Minhas pernas tremeram quando dei o primeiro passo e por um momento não senti o chão sob meus pés, parecia que eu estava flutuando. Mas o vôo não durou muito tempo. Eu me choquei no chão como uma pedra, me apoiando em minhas mãos e joelhos, sentindo uma dor enorme que parecia querer me rasgar ao meio. Levantei com dificuldade, me esforçando para ficar de pé. Respirei fundo e dei um passo firme. Consegui me manter de pé. Olhei para frente e a pessoa continuava imóvel no chão. Gritei novamente, mas foi em vão. Dei mais um passo à frente, caminhando em sua direção, tentando distinguir sua fisionomia. Ela me parecia familiar. Caminhei lentamente e com muito cuidado.
Quando me aproximei daquele corpo imóvel à minha frente, senti meu estômago embrulhar e minha cabeça girar. Uma angústia terrível se abateu subitamente sobre mim. Eu conhecia aquela pessoa. Minha garganta estava seca. Fiquei paralisada. Meu rosto estava estático com uma expressão indescritível. Meus olhos se encheram de lágrimas. Me aproximei e me inclinei sobre o corpo. Não pude acreditar no que eu estava vendo! Aquela pessoa imóvel, estirada no chão, sem nenhum sinal de vida, tão pálida que chegava a doer os olhos ao olhar para ela, era... eu!



 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

dos porquês que as flores morrem..

Diziam que era bela.
Belezas dessas que precisam de remendados adornos.
Toda quinta-feira tomava seu remédio.
E passava sorvendo-me os últimos pedaços de infância.
Época que as calçadas eram feitas de verdades eternas.
E os pecados ainda ficavam para os abraços dos cobertores.
Quantas vezes eu amei a novela e a ponte que trazia em seu corpo.
Um dia atravessei a ponte e os lápis perderam as cores.
Nascia a poetisa que não queria nascer, a poetisa meia, a poetisa não.
Bem vindo piso frio, rosto seco que sossega todas as grades.
Bem vindo homem de bem, atalaia das horas sem pressa.
Pro inferno o intelectual! 
Necessito de uma ignorância que me compreenda.
Que me dê o calor de novas cicatrizes.
Enquanto não descobrirem que estou aqui calada á margem da linha.
E que o ponto final só existe na poesia para quem ler.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

If todady was your last day..


" My best friend gave me the best advice
He said each day's a gift and not a given right
Leave no stone unturned, leave your fears behind
And try to take the path less traveled by
Like first step you take is the longest stride

If today was your last day
tomorrow was too late
Could you say goodbye to yesterday?
Would you live each moment like your last?
Leave old pictures in the past
Donate every dime you have?
Would you call old friends you never see?
Reminisce old memories
Would you forgive your enemies?
Would you find that one you're dreamin' of?
Swear up and down to God above
That you finally fall in love
If today was your last day "

Excerto da musica, If today was your last day. Nickelback.

domingo, 26 de junho de 2011

Post que mereceu um post (6) [sic]

Que sacada hen meu amigo?!
desenho do meu querido amigo terrestre Eduardo.


FHC maconha, Lula 51, E.P.L. blogs e Dilma mulheres!!!!

O mundo sem mim..

Laura, after the Crash. The helicopter she was traveling in crashed into an open, dry field and burst info flames, killing three of the six passengers on board, including the pilot. Laura survived, but barely. She was burned, crushed, and near death. She broke 45 bones. She was pulled from the burning wreckage by her hair. To this day, she still cannot walk. While there wasn't a part of her body that was unharmed, her spirit and determination to live a full, happy life remains stronger than ever. This image taken in a lush, green field is meant to signify her rebirth.
(Photo and caption by Judy Starkman).






     





  


Outro dia, fiquei pensando no mundo sem mim.
Há o mundo continuando a fazer o que faz.
E eu não estou lá. Muito estranho. Penso
No caminhão do lixo passando e levando o lixo
E eu não estou lá. Ou o jornal jogado no jardim
E eu não estou lá para pegá-lo. Impossível.
E pior, algum tempo depois de estar morto, vou ser
Verdadeiramente descoberto. E todos aqueles
Que tinham medo de mim ou me odiavam
Vão subitamente me aceitar. Minhas palavras
Vão estar em todos os lugares. Vão se formar
Clubes e sociedades. Será nojento.
Será feito um filme sobre a minha vida.
Me farão muito mais corajoso e talentoso do que
Sou. Muito mais. Será suficiente para fazer
Os deuses vomitarem. A raça humana exagera
Em tudo: seus heróis, seus inimigos, sua importância.

Charles Bukowski

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gerundismo I

" O gerúndio é a promessa da eternidade
que se espreguiça no presente.
Mesmo debaixo dos olhos da vida. "


Maria João Freitas

domingo, 12 de junho de 2011

Dar /o/



Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar...
Dar porque a pessoa te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der hoje, vai dar amanhã, ou depois.
Tem pessoas pra quem você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, as suas amigas perdoam..
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Experimente ser amada...

Luiz Fernando Veríssimo

sábado, 4 de junho de 2011

O EX-MÁGICO DA TABERNA MINHOTA

" Por instantes, imagino como seria maravilhoso arrancar
do corpo lenços vermelhos, azuis, brancos, verdes. Encher a noite
com fogos de artifício. Erguer o rosto para o céu e deixar que
pelos meus lábios saísse o arco-íris. Um arco-íris que cobrisse
a Terra de um extremo ao outro. E os aplausos dos homens de
cabelos brancos, das meigas criancinhas. "

excerto de O EX-MÁGICO DA TABERNA MINHOTA,
Murilo Rubião - obra completa.


domingo, 15 de maio de 2011

o livro como fresta

                                                             
                                                                é certo
                                                                que um livro
                                                                quando deságua

                                                                a tinta negra de suas páginas
                                                                além de suas quatro margens

                                                                um rio que escorre letras
                                                                metáforas que rompem diques

                                                                pelo postigo
                                                                de quem escreve
                                                                tudo __ olhos, sóis, lentes __
                                                                na virgília, nas insônias
                                                                : o universo às escâncaras

                                                                além, nos telescópios

                                                                tudo o que a vista desalcança
                                                                __ os minimundos vazios __
                                                                diante de uma veneziana
                                                                entreaberta

                                                                         PEREIRA, Luís Araujo; Minigrafias

sábado, 7 de maio de 2011

E só.


 (pq é isso ai que sou)


"Vai menina, fecha os olhos. 
Solta os cabelos. 
Joga a vida. 
Como quem brinca somente. 
Vai, esquece do mundo. 
Molha os pés na poça. 
Mergulha no que te dá vontade. 
Que a vida não espera por você. 
Abraça o que te faz sorrir. 
Não espere. 
Promessas, vão e vem. 
Planos, se desfazem. 
Regras, você as dita. 
Palavras, o vento leva. 
Distância, só existe pra quem quer. 
Os olhos se fecham um dia, pra sempre. 
E o que importa você sabe, menina. 
É o quão isso te faz sorrir. 
E só."

Caio Fernando de Abreu