Eu estava parada no meio do nada. Uma forte luz ofuscava a minha visão. Eu não conseguia abrir os olhos. Tentei caminhar, mas meu corpo não obedecia aos comandos do meu cérebro. Eu estava paralisada. Tentei respirar fundo, mas senti uma dor enorme no peito. A forte luz ainda me incomodava, estava lentamente me acostumando com a claridade. Tapei os olhos com as mãos e tentei abri-los novamente. Eles arderam como fogo. Quando finalmente consegui abri-los, percebi que tinha uma pessoa deitada no chão a alguns metros de mim. Tentei perguntar quem era, mas nem eu mesma pude ouvir minha voz. Respirei fundo e percebi que a dor no meu peito havia desaparecido. Forcei meus pulmões e minha garganta e consegui falar com uma voz baixa e rouca:
- Quem está aí?
Não houve resposta alguma. Tentei caminhar e meu corpo respondeu lentamente. Minhas pernas tremeram quando dei o primeiro passo e por um momento não senti o chão sob meus pés, parecia que eu estava flutuando. Mas o vôo não durou muito tempo. Eu me choquei no chão como uma pedra, me apoiando em minhas mãos e joelhos, sentindo uma dor enorme que parecia querer me rasgar ao meio. Levantei com dificuldade, me esforçando para ficar de pé. Respirei fundo e dei um passo firme. Consegui me manter de pé. Olhei para frente e a pessoa continuava imóvel no chão. Gritei novamente, mas foi em vão. Dei mais um passo à frente, caminhando em sua direção, tentando distinguir sua fisionomia. Ela me parecia familiar. Caminhei lentamente e com muito cuidado.
Quando me aproximei daquele corpo imóvel à minha frente, senti meu estômago embrulhar e minha cabeça girar. Uma angústia terrível se abateu subitamente sobre mim. Eu conhecia aquela pessoa. Minha garganta estava seca. Fiquei paralisada. Meu rosto estava estático com uma expressão indescritível. Meus olhos se encheram de lágrimas. Me aproximei e me inclinei sobre o corpo. Não pude acreditar no que eu estava vendo! Aquela pessoa imóvel, estirada no chão, sem nenhum sinal de vida, tão pálida que chegava a doer os olhos ao olhar para ela, era... eu!
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domingo, 7 de agosto de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
O EX-MÁGICO DA TABERNA MINHOTA
" Por instantes, imagino como seria maravilhoso arrancar
do corpo lenços vermelhos, azuis, brancos, verdes. Encher a noite
com fogos de artifício. Erguer o rosto para o céu e deixar que
pelos meus lábios saísse o arco-íris. Um arco-íris que cobrisse
a Terra de um extremo ao outro. E os aplausos dos homens de
cabelos brancos, das meigas criancinhas. "
excerto de O EX-MÁGICO DA TABERNA MINHOTA,
Murilo Rubião - obra completa.

sábado, 8 de janeiro de 2011
A teconlogia nos faz melhores?
Bill Gates me livre
Que dia! Não agüento mais estas redes de teletransporte! Até parece que voltamos ao “meu tempo”, aquela época, mais ou menos, de 2007, ou 2008, em que se tinha aquilo que costumávamos chamar de tecnologia. Que nada! Tudo sempre dava problema. As coisas não eram tão precisas como hoje em dia. Será?! Também não era para menos. Quase um século depois, havia mesmo muito o que mudar.
Apesar de todo esse avanço tecnológico, essas máquinas, de vez em quando, insistem em dar problemas. Coisa mais obsoleta! Como se não bastasse uma, esta é a segunda vez que isso me acontece. Da primeira, lembro-me bem. Acabava de me teletransportar para New Capital, aquela ilha que construíram no meio do Pacífico, e, quando dei por mim, estava calçada com apenas um sapato. O outro, descobri depois, fora extraviado para a rede Antártida-34. Dele nunca mais tive notícias.
Desta vez foi pior. Aliás, muito pior. De manhã, logo que acordei, convidei o andróide ZK para me acompanhar até a Estação Nuclear Terrestre, pois precisava resolver uns problemas. Após receber um delicado não, me lembrei de como era boa a época em que nós, os humanos, tínhamos controle sobre os sentimentos e as vontades desses robôs implicantes. Então, aprontei-me logo, pois iria sozinha e pretendia retornar a minha cuba o quanto antes. Programei o computador para ativar a rede de teletransporte e logo me desmaterializei. Quando cheguei à Estação, o estrago já estava feito.
Durante a reunião, comecei a sentir um cansaço inexplicável e uma dor horrível nas articulações. Só tinha uma explicação: as pílulas rejuvenescedoras de complexo antioxidante! Como o sapato elas haviam sido extraviadas para outra rede e, desta vez, eu nem quis saber qual. Comecei a sentir todos os sintomas de um velho, ser que nem mais existe, poderia sentir. Saí apressada rumo ao primeiro laboratório que encontrasse na minha frente. Entreguei meu chip, com todos os dados de meu metabolismo, à equipe de emergência para que, quase à pronta entrega, fabricassem as milagrosas pílulas.
Que dia! Envelheci uns bons anos. Mais algumas horas e estaria tudo perdido. Uma vida social inteira seria jogada pela janela. O que seria de mim? Uma velha em pleno século XXII! Um fóssil em pessoa, um animal em extinção. Gates me livre!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
sábado, 23 de outubro de 2010
Entre...

Sabe aquele lugar bem no meio, mais bem, bem,
difícil de distiguir q é o espaço entre o que é certo e errado???
Putz... eu descobri que eu tô sempre lá...
eu praticamente moro lá...
nao que seja bom ou ruim literalmente falando..
mas ahhh.. fazer o que??
tudo que é bom ou está neste lugarzinho ou dentro do que é errado!
hahahahahahahahaha'... a vida nao é interessante??
mais interessante ainda é quando descobrimos onde estamos dentro dela...
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Contos,
Curiosidades...,
Esses são meus,
Eu e eu mesma...,
impetuosidades,
meu eu escapando...,
Refletindo*,
rompantes
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Qohélet

" Aprendi a ler na Bíblia de um crente.
Como eu, ele esperava o dia da morte num hospital de tuberculosos.
A leitura do Livro Sagrado me ensinou que o
homem pode pensar e, se for mais atrevido, ter desejos. "
O Livro dos Homens, Qohélet. Ronaldo Correia de Brito
Passagem que me fez refletir sobre a influência (ou não) daquilo que lemos...
(o personagem que disse essa frase é ateu. Ele aprendeu a ler na bíblia pois
era o único material que o "professor" possuia para ensina-lo).
Foi um conto marcante..
de muita superação.
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