sábado, 18 de junho de 2011

Porque eu também penso no futuro...


*Na churrascaria.

(Garçom) - Olá senhor, qual carne você deseja?
(Cliente) - Pode me ver uma alcatra.
(Garçom) - Ok, Natural ou Sintetica?
(Cliente) - Como?! Ahh sim, pode ser sintética, minha esposa não come carne natural.
(Garçom) - Certo, e como preferem a carne?
(Cliente) - Boi berrando... quero dizer reação incompleta por favor...
(Garçom) - Ok,  nosso químico começará a fazer o seu prato.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gerundismo I

" O gerúndio é a promessa da eternidade
que se espreguiça no presente.
Mesmo debaixo dos olhos da vida. "


Maria João Freitas

Do que vemos em silêncio...



















Entram-se os anos
Esvaem-se "       "
O novo vem
O velho vacila
Constroe-se o jovem
Destroe-se o antigo
A roda gira
O sapo coaxa
A vizinha vigia
E o velho
Ah, o velho
... segue continuando...

M. Vargas. (pra Malu)

terça-feira, 14 de junho de 2011

PSICOPATIA (doença para alguns...)



- Sangue, sangue... quero sangue! A voz dizia...
A cabeça rodava, assim como a pistola na mão suada...
- Não! Chega! Não vou fazer mais isso...
- Isso o que? De novo a voz...
- Não vou mais usar isso...
A voz: - Quer uma faca então?
- Sangue, eu quero sangue...
- Com a faca corte, com a pistola atire... não interessa
- Sangue... não, esqueça!
- Eles não são mais gente... pode acabar com eles...
- São crianças...
- Armadas até os dentes... roubando por aí.
- Não, não quero...
- Você vai fazer o que te digo... se não fizer, o sangue que vou querer é o seu...
- Aquele lá, com a lata de cola... atira nele...
- Não consigo fazer mira...
- Atira porra! (barulho de tiro)
- Legal...
- Peguei no ar... tomou pipoco no ar...
- Isso... sangue... bom garoto!

A voz satisfeita... parou de falar...
Ele então foi pra casa... escondeu a pistola...
Tomou banho e vestiu o terno
Estava na primeira fila do coral da igreja
Tudo bem...
Mas... ele sabe... a voz voltará amanhã...

domingo, 12 de junho de 2011

Dar /o/



Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar...
Dar porque a pessoa te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der hoje, vai dar amanhã, ou depois.
Tem pessoas pra quem você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, as suas amigas perdoam..
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Experimente ser amada...

Luiz Fernando Veríssimo