terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Eu vejo as cores...

[Tem coisas que eu queria não saber...
Tem coisas que eu queria não ter aprendido...
E tem coisas que eu queria não ter que ver].

 Eu realmente queria pensar em fitas...
coloridas, brilhantes, grandes, pequenas...

Pontinhos coloridos no céu 
cinza de fumaça,
eu sinto as cores 
que mesclam os pecados da noite...
O rasto da luxuria embriaga 
e impregna o uivo dos andarilhos!





Eu vejo o som fétido e liquido do suposto divino
se espalhando como praga em manhãs de domingo!
Como fumaça de veneno mortal, anjos caem, demônios sobem,
anjos morrem, demônios correm...


Cores se misturam
confundem-se,
confundem-me!

Já não sei o que é vermelho o que é azul
o que é bem o que é mal
e assim continuo olhando, apreciando e depreciando
os infindos feixes eletromagnéticos da tarde...

Verdade

"A purificação pelo sofrimento é menos dolorosa que a situação que se cria a um culpado por uma absolvição impensada."
                                     Dostoievski


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011



Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Mário de Sá Carneiro