sábado, 23 de outubro de 2010

Cavador(a)* do Infinito

(Pra Malu)*

"Com a lâmpada do Sonho desce aflito 
E sobe aos mundos mais imponderáveis, 
Vai abafando as queixas implacáveis, 
Da alma o profundo e soluçado grito.


Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito 
Sente, em redor, nos astros inefáveis. 
Cava nas fundas eras insondáveis 
O cavador do trágico Infinito.


E quanto mais pelo Infinito cava 
mais o Infinito se transforma em lava 
E o cavador se perde nas distâncias...



Alto levanta a lâmpada do Sonho. 
E como seu vulto pálido e tristonho 
Cava os abismos das eternas ânsias! "


                                          Cruz e Souza, Cavador do Infinito





Vlw pela comparação Malu...


Agora sim, acho que tive o discernimento 
necessário para enxergar a sua interpretação 
de uma ligação entre esse poema e o "falar da mesma coisa"
com relação ao meu (Os Gritos das Verdades Minhas - postado).

Apesar de não possuir a classe e divinidade 
que Cruz e Souza possuia (e não conhecer esse poema dele)
acho que dissemos a mesma coisa de maneira diferente...
Ele metafórico, elegante e perfeito em cada palavra. 
Encaixando cada verso em perfeita imagem do ser.
Eu, bem clara e direta. Dei-me à preocupação de
fazer com que ignorantes pudessem entender o que afirmei.

No mais, "humildemente" querida, ótima comparação...
(hahahha' tô me achando suuuuperr simbolista... rsrsrsr)

Entre...



Sabe aquele lugar bem no meio, mais bem, bem,
difícil de distiguir q é o espaço entre o que é certo e errado???
Putz... eu descobri que eu tô sempre lá...
eu praticamente moro lá...
nao que seja bom ou ruim literalmente falando..
mas ahhh.. fazer o que??
tudo que é bom ou está neste lugarzinho ou dentro do que é errado!
hahahahahahahahaha'... a vida nao é interessante??
mais interessante ainda é quando descobrimos onde estamos dentro dela...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Hipócrates e Eu




"No momento de me tornar um profissional médico:
Prometo solenemente dedicar a minha vida a serviço da Humanidade.
Darei aos meus mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos.
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.
A saúde do meu paciente será minha primeira preocupação.
Mesmo após a morte do paciente, respeitarei os segredos que a mim foram confiados.
Manterei, por todos os meios ao meu alcance, a honra da profissão médica.
Os meus colegas serão meus irmãos.
Não deixarei de exercer meu dever de tratar o paciente em função de idade, doença, deficiência, crença religiosa, origem étnica, sexo, nacionalidade, filiação político-partidária, raça, orientação sexual, condições sociais ou econômicas.
Terei respeito absoluto pela vida humana e jamais farei uso dos meus conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade.
Faço essas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra."










E alguma coisa em mim treme,
fazendo subir-me arrepios
quando todos os dias ao acordar,
confirmo repetindo em tom de voz baixo
essas e outras promessas...


Não sei se pela felicidade
da certeza de que as cumprirei,
ou pelo medo da mesma certeza...



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Do pensar que (não) acabou (III)

Não é o exame da natureza de Deus, da imortalidade, etc. 
que foi meu ponto de partida, mas a antinomia da 
Razão Pura: “O mundo tem um começo. – O mundo não tem um começo etc. (...) 
O homem é livre – contra: Não há liberdade. 
Mas tudo, inclusive o homem, está submetido à necessidade natural.”
É esta antinomia que me despertou do meu sonho dogmático e me conduziu à 
Crítica da Razão Pura a fim de suprimir o escândalo da contradição da razão consigo mesma.

                                                                                                            (Kant 1991, O Despertar do Sonho Dogmático, p. 705)