sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Acrobata da Dor - Cruz e Sousa

Gargalha, ri, num riso de tormenta,

Como um palhaço, que desengonçado,

Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado

De uma ironia e de uma dor violenta.



Da gargalhada atroz, sanguinolenta,

Agita os guizos, e convulsionado

Salta, gavroche, salta clown, varado

Pelo estertor dessa agonia lenta...





 


  Pedem-te bis e um bis não se despreza!

  Vamos! retesa os músculos, retesa

  Nessas macabras piruetas d'aço...


  E embora caias sobre o chão, fremente,

  Afogado em teu sangue estuoso e quente

  Ri! Coração, tristíssimo palhaço.

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